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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://espacoepoder.org/coordenacao/carlos-brandao/

 

CARLOS ANTONIO BRANDÃO

Professor Titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ). Bolsista 1 C CNPq. Suas atividades de docência, pesquisa e extensão se concentram na área do Planejamento Urbano e Regional.
Professor Titular-Livre em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ e Professor Titular em Economia Regional e Urbana pela UNICAMP. Possui Doutorado e Livre-Docência pelo Instituto de Economia da Unicamp. Mestrado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG. Pós-doutorado em Ciências Sociais pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Pós-doutorado em Geografia pela Universidade de British Columbia. Coordenador do site www.interpretesdobrasil.org. Página Pessoal: www.carlosbrandao.org

Informações coletadas do Lattes em 23/12/2023  

  

BRANDÃO, Carlos Antonio.   Com vidro nos olhos.   Apresentação na capa por Edgar da Mata Machado.   2ª. edição.  Rio de Janeiro: com apoio do Centro Cultural Universitas, 1980. 85 p.  ilus. p&b   20,4  x 15 cm.                                                              No. 10 867
Exemplar biblioteca de Antonio Miranda



A poesia que faço
só adquire sua real importância e beleza
quando deixa de ser a última que faço.


***


A noite abocanhou a si própria      
Estalaram-se nossos corpos poeirentos
como árvore oca.
E os copos permaneceram copos
a cerveja sumiu de dentro dos copos
e as mesas empalideceram como ossos.
Subsistiram o fogo invisível
e a roda de carro de boi
sobre meus ouvidos.
Era um longos orgasmo
e a velejada foi fria
sobre o sangue.
Sangrou,
como tapa nos ouvidos
como soco em tomate maduro.
Amaldiçoo-me.

Escuto dois latidos
e vejo a noite mais noite do que nunca
rindo de mim.
Que merda! Não sei montar
os cavalos melancólicos.
Respiro fundo o esterco do curral
e arreio a próxima madrugada
insone e inútil.


***


Não tenho do sonho além do próprio sonho,
e que me sobra de real é o dia e o sono.
Este mundo roda e eu com ele.
Nem mil fogos acabarão com toda a água
nem mil mortes afogarão o que é vida.

Assim, não me revolto contra o mundo:
o que antes me consumia, hoje me entristece e me atiça.
Da força de meu grito e pranto, se alevanta minha mão que de meu
peito desamarra uma claridade.
Mesmo triste, vejo por onde quero passar, e sem mudar o mundo fa-
ço nele meu caminho.
Ando. A pálida lembrança do sol resiste a qualquer escuridão.


***

Um poema de cara boa?
Que pena que não consiga fazer.
No meu tempo,
cara boa não traduz felicidade.
É a realidade me ensinando
que da alegria restou apenas o não sofrer.


***
 

Aqueles olhos que me gozam
de homem
de pobre, de brasileiro
que me metem medo.
De fome
de febre, de faca
que me perguntam,
Esbugalhados de raiva, de ironia
que me incomodam
que zombam de mim.

Ah! se este cigarro caísse
ou se a serralheria apitasse:
então me veria livre desses olhos e sorriria..

Mas não! isso é um retrato:
                   nem o cigarro cairá, nem os olhos se moverão
                   seguirão atrás me acusando,
                                                         me acusando...



*      

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